quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Sonhos de um Menino

Cap. 04

Tirar o pó do rosto como maquiagem vencida, em pleno calor, pelo suor dos movimentos compassados da estrada empoeirada, ou pelo orvalho nas andanças da noite, são atos simples e insignificantes para um menino andarilho que anseia pelo futuro. Flores do campo, espinhos, a solidão da ausência, nada o faria desanimar, a não ser continuar com a caminhada. Ao entardecer, cansado, deitei-me ao tronco de uma árvore frondosa, com raízes fortes para suportar o diâmetro de sua copa. Em fração de segundos, adormeci, e quando acordei já era noite e pude contemplar as estrelas brilhando no céu, pareciam tão distantes e ao mesmo tempo próximas, dando a sensação de vizinhos com suas lamparinas acessas, sinalizando a presença de vida. Tudo era calmo, os contrastes da escuridão em segundo plano com o brilho das luzes das lamparinas e das estrelas no céu me faziam pensar, em qual mundo gostaria de viver. Logo adormeci de novo e no outro dia ao ser acordado pela luz do sol, pude perceber que não estive sozinho naquela noite; tinham muitos habitantes na árvore: os ninhos de barro e ceras, parecidos com cupinzeiros; formigas se alimentavam da seiva das plantas, fazendo da árvore a sua morada.

Nesta manhã de aurora,
Os raios de sol a brilhar,
Resplandecendo a natureza,
Para outro dia que virá.





Autor: Paschoal Palombino Primo – 26-9-18

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