Cap. 04
Tirar o pó do rosto como maquiagem vencida, em pleno calor, pelo suor dos
movimentos compassados da estrada empoeirada, ou pelo orvalho nas andanças da
noite, são atos simples e insignificantes para um menino andarilho que anseia
pelo futuro. Flores do campo, espinhos, a solidão da ausência, nada o faria desanimar,
a não ser continuar com a caminhada. Ao entardecer, cansado, deitei-me ao
tronco de uma árvore frondosa, com raízes fortes para suportar o diâmetro de
sua copa. Em fração de segundos, adormeci, e quando acordei já era noite e pude
contemplar as estrelas brilhando no céu, pareciam tão distantes e ao mesmo
tempo próximas, dando a sensação de vizinhos com suas lamparinas acessas,
sinalizando a presença de vida. Tudo era calmo, os contrastes da escuridão em
segundo plano com o brilho das luzes das lamparinas e das estrelas no céu me
faziam pensar, em qual mundo gostaria de viver. Logo adormeci de novo e no
outro dia ao ser acordado pela luz do sol, pude perceber que não estive sozinho
naquela noite; tinham muitos habitantes na árvore: os ninhos de barro e ceras,
parecidos com cupinzeiros; formigas se alimentavam da seiva das plantas,
fazendo da árvore a sua morada.
Nesta manhã de aurora,
Os raios de sol a brilhar,
Resplandecendo a natureza,
Para outro dia que virá.
Autor: Paschoal Palombino Primo – 26-9-18